Policiais Federais defendem prisão após condenação em segunda instância

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) enviou ofício à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, em que afirma que os policiais federais anseiam pela prisão após condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para ser votada na tarde desta quarta-feira (04). Os policiais federais foram peça-chave nas investigações da conhecida Operação Lava Jato, deflagrada em 2014, que já investigou mais de 100 pessoas.

De acordo com o ofício, a Federação, que representa 14 mil policiais federais em todo o Brasil, explica que o trabalho no combate à corrupção partiu de investigações de campo, de interceptações telemáticas, de entrevistas e de documentos apreendidos e analisados pelo órgão, com base em relatórios científicos.

“É mais que esperado que os condenados sejam exemplarmente punidos e que a sociedade seja resguardada em seu sentimento de busca de justiça, livre da incômoda mensagem de impunidade que alveja os trabalhos do Poder Judiciário brasileiro”, afirma o presidente da entidade, Luís Antônio Boudens, em trecho do documento.

A Fenapef reitera o apoio à prisão por condenação em segunda instância “sem retirar a esperança dos brasileiros de que o propósito constitucional, legal e ético está sendo cumprido em plenitude pela Corte.”

Triplex

Em janeiro, o ex-presidente Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão em regime fechado pelo caso do apartamento triplex no Guarujá (SP). O TRF-4, responsável por analisar os processos da Operação Lava Jato em segunda instância, entendeu que a OAS Empreendimentos deu o triplex a Lula em retribuição a contratos firmados pela construtora com a Petrobras. Lula nega as acusações – a defesa alega que não há provas contra ele.

Na sessão desta quarta-feira, prevista para ter início às 14h, cada um dos 11 ministros votará pela concessão ou rejeição do habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva para evitar a prisão. São necessários pelo menos seis votos para uma decisão a favor ou contra o ex-presidente. O voto dos ministros decidirá se Lula poderá recorrer da condenação em liberdade até que se esgotem todos os recursos possíveis.

Confira o ofício logo abaixo.

Fonte: Fenapef